Sem rodeios. Sem dramas. Sem hipocrisias. Era isto que eu esperava da nossa conversa, depois de descobrir que ele me traía há meses. O problema é que descobri na pior altura de sempre: durante a gravidez do nosso filho, planeada há tanto tempo.
Os homens são fracos, são mentirosos, são manipuladores. Não são todos, claro. Mas o meu ex-marido faz parte desse núcleo podre de homens que não sabem ser fiéis a uma mulher.
Quando conheci o João sabia que ele tinha namorada. Apaixonámo-nos antes mesmo de ter acabado com ela. As minhas amigas sempre me alertaram… «Homens que traem uma vez, traem sempre!» Mas eu queria acreditar que não, que ele era diferente.
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Namorámos, casámos, planeámos um filho e engravidei. Confesso que a gravidez não foi a melhor fase da minha vida. Enjoei muito, deixei de dormir na mesma cama que ele, só o cheiro dele fazia-me vomitar. Era algo inexplicável. Perdi completamente o desejo sexual. Mas era só uma fase que ia passar. Pelos vistos, ele não aguentou esperar.
Aos seis meses de gravidez percebi que algo se passava. Esperei que adormecesse para ir cuscar o telemóvel dele. Achava ele que eu não sabia o código para o desbloquear. O nome dela estava disfarçado por umas siglas quaisquer. Quando abri a última conversa nem queria acreditar… E não esqueço o que li. Que nojo!
Confrontei-o na hora. Não conseguiu negar. Não tinha como o fazer. Começou a chorar, a dizer que estava arrependido… Não me queria magoar nem perder o filho. Acariciei a minha barriga e disse-lhe que nunca mais o queria ver à minha frente. O pai do meu filho na cama com outra. Imperdoável. Ninguém merece. Nenhuma mulher…
Texto: A. T.
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