Tive a sorte de ter uma boa experiência na amamentação. Não sei qual o segredo para as coisas correrem bem, mas penso que a tranquilidade é um bom começo.
Tudo fluiu com muita naturalidade para mim, sem stress e sem pressões. O apoio e a leveza do meu marido foram essenciais para eu própria me sentir mais tranquila.
Não desejei amamentar assim que soube que estava grávida. Informei-me, li muito sobre o assunto e percebi que, de facto, era o melhor para o meu filho.
Quando ele veio para o meu colo pela primeira vez começou logo à procura da mama. Tentou mamar uma e outra vez, mas sem sucesso. Ainda não sentia as pernas e estava zonza da anestesia da cesariana e já ele estava de pescoço levantado à procura da mama. Lembro-me de pensar que não fazia ideia de como aquilo se fazia.
Quando subi para o quarto no hospital, continuaram as tentativas para amamentar, mas sem muito sucesso. Aquele “agarra e larga a mama” constante começava a preocupar-me. O hospital onde estava foi extraordinário e tive muito apoio das enfermeiras para ajudar o bebé a aprender a mamar e a fazer uma boa pega.
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Nunca senti dor, nem qualquer tipo de desconforto, mas era uma sensação estranha no início. Foi precisa muita paciência e persistência, mas lá conseguimos que ele pegasse. A partir daí foram muitas horas daquele mimo só nosso. Ele só queria mama e, apesar do meu cansaço, confesso que não me importava. Descobri que amamentar o meu filho é tê-lo mais um bocadinho só para mim. É quase um atrasar da entrega do bebé ao mundo, com todos os benefícios da amamentação.
Neste momento o meu filho tem quase três anos e estamos num processo de desmame natural, ao seu ritmo e sem causar stress a ninguém. Fomos e somos felizes com a forma como tudo se desenrolou.
É verdade que nem sempre corre bem, mas esta foi a minha experiência. Amamentar não é sempre doloroso, nem deveria ser para ninguém. Saber pedir ajuda é crucial quando as coisas estão a correr menos bem.
Texto: Susana Neto