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Dar abraços aos filhos: “Antes mais… que menos!”

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publicado há 5 anos
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Todos os dias quando vou buscar o meu filho à escola, tento dar-lhe um um abraço. É a minha forma de demonstrar como senti a sua falta.

Mas nem sempre consigo completar a tarefa…

Reguila e saltitão, na hora em que tento concretizar o abraço, o Vasco foge-me muitas vezes aos saltos pelo colégio fora! Acho que é por estar contente de me ver… fica super entusiasmado e não consegue ficar quieto!

Por vezes, vou atrás dele para lhe roubar o abraço; ontem estava cansada e decidi não dar importância. Saltei a parte do cumprimento formal.

Fomos para casa e passámos toda a viagem de carro na conversa entre risos e brincadeiras. Chegámos muito bem dispostos e divertidos. Estava tudo bem. Ou não?

Quando entrou em casa, o Vasco tirou o casaco e ficou parado no meio da sala com braços muito abertos. Fez-me lembrar um espantalho de olhos tristes.

– Que se passa? – perguntei, estranhando o olhar dele.
– É agora que me vais dar o abraço? – replicou com ar sério.
– Qual abraço??
– As mamãs quando vão buscar os filhos dão um abraço. Tu hoje não me deste. Por isso, dá-me agora.

Corri para ele e dei-lhe todos os mimos que tinha guardados dentro mim.

Tomem nota, pais e mães deste mundo: mesmo quando parece que não estão a dar importância às coisas… os nossos filhos estão a anotar tudo…

Por isso… não tenham medo de ser chatos.
Ser “chato” faz parte da definição de pai/mãe. É preferível sufocar com um abraço que não o dar.

Antes mais… que menos.

Mimem os vossos filhos q.b, façam uma festa quando os forem buscar à escola.
Não desistam de ir atrás deles para lhes dar um abraço. Mesmo quando eles correm desvairados pela escola. Eles são como cachorrinhos felizes, estão sempre aos saltos. Faz parte de ser criança.

Nenhum filho deveria ficar de braços abertos na expetativa de um carinho.
Nenhuma criança do mundo merece ser espantalho numa seara de solidão.

As crianças espantalho tornam-se adultos espantalho. Adultos que não foram mimados no devido tempo e que por isso perpetuam o karma continuando de braços abertos pela vida fora.

Adultos que serão sempre carentes e andam por aí fora a mendigar os abraços que não tiveram. E como não tiveram… também não sabem dar.

Antes mais que menos. Antes mais… que menos.


Texto: Ana Soares, autora do blogue O Triângulo Perfeito

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