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Coisas que não devemos dizer aos miúdos…

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publicado há 5 anos
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Todos nós perdemos a paciência pelo menos uma vez na vida. Eu diria que perdemos várias vezes por semana, principalmente quando existem crianças.

Não nos vamos culpar, é mesmo assim. Depois de um dia de trabalho, uma mãe chega a casa exausta e ainda tem de fazer o jantar e dar banho ao miúdo. Nesse dia, o miúdo faz uma birra incrível e a mãe diz algo que não devia dizer. Uma avó que fica a tomar conta dos netos e que no desespero de conseguir dar-lhes o almoço, diz algo que não deve. O pai depois de horas a ouvir berrar um «quero a mãe», também diz um disparate ou outro.

Não há aqui culpas. Somos humanos e todos erramos, quanto a isso nada a fazer. O que podemos fazer, é refletir.

«Se não te portas bem, vais dormir!» Então, mas dormir não deve ser encarado como algo positivo e importantíssimo para qualquer criança? Vamos transformar isso numa coisa má que só acontece a quem se porta mal?

«Come tudo, senão vou já chamar a polícia!» Ou seja, a polícia é um vilão, portanto vamos ensinar a criança a ter medo dela. Se um dia a criança se perder e precisar de ajuda, não vai de certeza ter com estes monstros maus.

LEIA TAMBÉM: NUNCA diga coisas do género: «Se te portas mal vem aí o polícia!»

«Não te quero a mexer aí. Depois aparece o papão para ralhar.» Não sei quem é esse papão, nunca o conheci. O que sei é que as crianças por si só já têm medos. Quando o miúdo depois começar aos gritos durante a noite com pesadelos, não se queixem, ok?

«Ai queres mais bolo? E sopinha não?» Mais uma vez, a sopa é fundamental na alimentação da criança, logo deve ser encarado como tal, sem sarcasmos e essas cenas todas. Não deve servir de ameaça portanto.

«Vou dar a tua chucha ao cão!» As crianças podem criar uma grande dependência com este objeto, mas nenhum bebé nasce e pede uma chucha. Portanto, se inserem este objeto na boca do miúdo, depois estejam preparados para respeitar o seu tempo. Ou para criar uma estratégia para a retirar que não envolva um pobre cão, que não quer a chucha para nada.

«É preciso ir chamar a tua professora?» Alguns pais, ainda este ano, já me confessaram utilizar esta estratégia. O problema é que assim os pais estão a passar a autoridade para mim, e em casa a autoridade deve ser deles. A criança deve arrumar, porque os pais mandam, não por outro motivo qualquer.

«Se não fazes isso, não vais ao cinema como tínhamos combinado!» Acho positivo uma criança ser castigada, se isso contribuir para o seu crescimento. Mas tenham a certeza de que depois levam o castigo até ao fim. Eram mesmo capazes de, depois da poeira assentar, manter a decisão de não ir ao cinema?

 

 

 

Texto: Catarina Garcia no blogue O nosso, as dele e os dos outros

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