Família

Casamentos sem crianças: Uma moda que não agrada a muitas mães

Filipa Rosa
publicado há 5 anos
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Receber um convite de casamento, onde a entrada é interdita a crianças é algo inconcebível para muitas mães. No entanto, a moda chegou a Portugal e são cada vez mais os noivos que optam por organizar uma festa apenas para adultos.

Há quem defenda que a festa é dos noivos, logo, são eles que estão a pagar o casamento. Caso não queiram crianças, têm o direito de não as querer. Tal como hoje em dia há restaurantes e hotéis que não aceitam crianças.

Países como Angola, Reino Unido e Estados Unidos adotaram esta forma de estar nos casamentos há muito tempo e já ninguém estranha receber um convite destes. Mas em Portugal ainda é algo que faz confusão a muitas pessoas.

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Para Catarina Gonçalves, da empresa Momentos Únicos – Festas com Charme, foi estranho a primeira vez que um casal demonstrou vontade em proibir crianças no seu casamento. «Confesso que, como mãe, fiquei perplexa, mas como profissional tenho conhecimento que no estrangeiro é já uma “moda” que veio para ficar. Depois nas reuniões percebi que as razões que os moveram eram económicas (as crianças pagam praticamente o mesmo que os adultos) e com esse valor conseguiam proporcionar animação e outros itens ao casamento. Além de que, os casais com filhos saem da festa mais cedo e esta estava ‘feita’ para durar», conta ao site Crescer a event planner.

No momento das confirmações, houve pessoas que disseram que não podiam estar presentes, porque não tinham onde deixar os filhos. E este é um dos maiores problemas dos pais.

Daí ser fundamental procurar animação para entreter os mais novos, sem ter que proibir a sua presença no evento. «Os casais que têm filhos acabam por procurar uma animação, espaço e pormenores mais “amigos das crianças”, proporcionando bem estar não só os adultos, mas muito vocacionados para os mais pequenos», refere Catarina.

Entre as mães não há consenso

Nos grupos de mães do Facebook, quando se toca no assunto, são muitas as mães que não escondem a sua revolta. Há quem entenda e respeite, mas a maioria garante que jamais iria a um casamento onde os próprios filhos não pudessem ir.

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No grupo privado Noivas de Portugal, Fábia Oliveira confessa que não percebe tal opção. «Para mim seria inconcebível! Adorei ter os meus sobrinhos todos no meu casamento e proporcionaram-nos momentos tão especiais mesmo inocentemente. Por exemplo, na entrada da quinta vieram a correr para nos abraçar! Dos momentos mais bonitos no nosso vídeo!!! Entre outros! Já para não falar que eles estavam radiantes com o dia de princesa/príncipe… foi um conto de fadas para eles!», recorda.

Para Vânia Ferreira é «ridículo», para Rita Marques «uma discriminação» e para Paula Valentim a tradição já não é o que era. «Quem leva as alianças aos noivos até ao altar?», questiona.

Para Joana Matias Sousa não é bem assim. «Para ser sincera, acho que não tem mal nenhum. Uma amiga fez um casamento assim às 18:00 e não convidou crianças pela hora tardia e porque não havia um espaço adaptado para crianças. Fica ao critério dos noivos…», afirma.

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Também Trina Leigo respeita a opção dos noivos, até porque já foi a um casamento assim de uma amiga. «A quinta era uma vinha e para segurança das crianças o convite era somente para os pais. Acho que, quando se aceita ir a um casamento, se deve pensar nas razões que levaram os noivos a tomar essa decisão! É somente um dia, não é um fim de semana. Se os pais podem tirar uma noite para irem jantar fora ou irem ao cinema ou fazer um dia a dois, podem perfeitamente ir a um casamento sem os filhos! Há que ter respeito pela decisão dos noivos, pois o facto de decidirem desta forma, não quer dizer que não tenham respeito pelo casal ou pelas crianças, ou que não saibam o que é ser pais! Simplesmente podem não ter dinheiro suficiente, podem não ter espaço, pode não ser seguro, há uma inúmera panóplia de razões que podem ter levado os noivos a tomar esta decisão! Esse casamento teve muito sucesso, todos gostaram e a maioria dos casais com filhos foram sem as crianças e não criticaram e divertiram-se imenso, pois estavam a apoiar os seus amigos num dos dias mais importantes da sua vida!», conta.

Rita Ochoa também acha que faz todo o sentido não convidar todas as crianças e o seu casamento vai ser assim. «Vou casar e não vamos convidar crianças que não sejam família próxima, incluindo o meu filho ou filhos de convidados estrangeiros que têm de viajar e vão aproveitar para fazer férias em Lisboa. A maior parte dos convidados é suficientemente inteligente e assume que a festa é nossa e não deles, portanto não tentaram impôr as suas vontades acima das nossas. Eu sou de Lisboa e creio que isto já é bastante normal por aqui, principalmente quando tens um grupo de amigos com quem costumas sair sem putos. Ele é inglês e no Reino Unido os casamentos sem crianças são super comuns», salienta aquela que não recebeu qualquer crítica.

«A maior parte dos convidados perguntou-nos se era para levar ou não crianças: creio que esta pergunta já está a fazer parte da etiqueta. Tenho outros amigos que me pediram logo para não levarem os filhos para poderem beber à vontade e conversar sem ser interrompido a cada 10 minutos ou ter de mudar fraldas. Não transformar o casamento num infantário permitiu-nos convidar mais pessoas de quem gostamos e ter bar aberto toda noite. Sempre que recebo um convite pergunto se é para levar o meu filho ou não e já tivemos situações em que optamos por não o levar».

5 formas educadas de dizê-lo aos seus convidados

Se pretende que o seu casamento não tenha a presença de crianças, deve saber como dizê-lo aos seus amigos, sem que eles fiquem ofendidos. O site ZankYou dá-lhe cinco dicas para evitar conflitos e usufruir da sua boda em pleno.

SAVE THE DATE

Mesmo antes do convite, aproveite o Save the Date para passar a informação. Mas tenha cuidado ao dizê-lo. Claro que não deverá dizer logo «o teu filho não pode entrar», mas sim alguma ideia, tipo «livra-te de birras e vem celebrar connosco sem limites nem preocupações».

Se lhe ligarem, explique-lhes diplomaticamente que a ideia é mesmo essa: divertirem-se sem estarem sempre preocupados com os miúdos. Como com o Save the Date os seus convidados são avisados com muito tempo de antecedência, não será problemático para eles arranjarem onde deixar os filhos.

PESSOALMENTE

Falar cara a cara pode ser mais vantajoso. Até porque percebe logo qual é a reação dos convidados. E tem oportunidade de explicar melhor as suas razões.

NO CONVITE

Tal como no Save the Date, pode aproveitar já o convite para informar que “estão proibidas crianças” no seu casamento.

POR TELEFONE

Se não tiver coragem de o dizer pessoalmente e não encontrar a maneira ideal de o comunicar no Save The Date ou no convite, sugerimos que o faça por telefone, na altura de confirmar as presenças. Como se quem não quer a coisa, diga-lhes “ah, é verdade, é uma boda child free”. Se não entenderem, transmita-lhes a ideia de que se trata de um conceito que está na moda.

NO SEU SITE OU REDE SOCIAL

Se não quer passar como “Teratofóbica” (medo de crianças), pode escrever na sua página do Facebook ou no seu site de casamento (se o tiver) que não é suposto levar-se crianças, porque são as regras do espaço onde vai decorrer o casamento. Exemplo: «devido ao horário do casamento e às características do local, lembramos que este é uma festa não adaptada aos menores».

Os casamentos nem sempre acontecem em lugares apropriados para crianças, já que têm piscinas, riachos ou fontes que podem ser um perigo.

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