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Cancro da mama: A «doença da moda» que aterroriza milhares de mulheres

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publicado há 6 anos
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Fim de janeiro de 2017. 48 anos. Era altura de fazer ecografia e mamografia de rotina. Durante a ecografia foi detetada uma «massa» na mama direita ao que se seguiu uma biópsia para confirmar o que se suspeitava: carcinoma. Pensei: «Porquê eu? Digo ao meu filho o que se passa? Como é que vou dizer aos meus Pais (sou filha única), que já têm 80 anos, que fui ‘contemplada’ com isto? Porquê agora que estou quase a abrir a minha loja?»

Ao meu filho comecei por dizer que tinha um caroço e que me ia ser removido… mas quando um dia me disse: «Não quero ser a última pessoa a saber o que se passa contigo», do alto dos seus 10 anos… claro que lhe contei tudo. Não omiti nada e a reação dele foi: «Eu sou forte e tu também». Aos meus Pais contei quase na véspera de ser operada, pois não os queria preocupados.

Marquei consulta urgente de mama no IPO e, no dia 25 de maio, fiz uma tumorectomia e retirei o gânglio axial. Tirando a alergia que fiz à linha que utilizaram para me dar os pontos, a infeção que tive, as três semanas em que não pude conduzir, o facto de não poder tomar banho, ainda abri a minha loja no dia 22 de abril graças à minha família, ao meu namorado e ao Pai do meu filho.

A seguir vieram as 30 sessões de radioterapia: lá ia eu diariamente pôr-me debaixo da «lâmpada» para matar o que quer que cá tivesse ficado ainda. De tarde tinha que dormir sempre, pois sentia-me cansada… de noite tinha arrepios de frio. A menopausa veio também com a toma do Tamoxifeno.

Mesmo assim acho que tive muita sorte: graças à minha ginecologista e o facto de eu efetuar, regularmente, os exames hoje estou cá e conservei a minha mama.

Quando se passam os portões do IPO, todos sabemos ao que vamos: somos todos irmãos/irmãs, a lutar contra a mesma doença e «boa sorte» é a palavra que mais ouvimos e dizemos. Desde aos médicos, até aos auxiliares, todos nos ajudam embora ache fundamental que não nos deixemos ir «abaixo» de modo algum: temos que ir buscar força, fé, seja o que for, não sei onde, para pensar que isto é uma etapa, que vamos vencer, que iremos ultrapassar.

Em fevereiro deste ano já voltei ao ginásio, já inaugurei a época balnear (que terá que ser bastante controlada devido à radioterapia) e digo, a quem me quer ouvir, para não facilitar, para fazerem exames: isto é a «doença da moda».

Em junho de 2022 acabarei a toma do Tamoxifeno.

Até lá haja fé, amor e sorte para todos nós que somos irmãos nesta luta.

 

 

 

Texto: Isabel Santos

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