Dezembro é o mês da família, da compaixão e também da solidariedade. É em dezembro que se criam campanhas de apoio para diferentes associações, para organizações, mas não só!
Este é o mês em que muitas famílias, por diferentes razões, passam a quadra festiva de uma forma mais triste e solitária.
Cada mês corresponde a uma história de vida que merece ser conhecida e valorizada
Por forma a contrariar esta realidade, Patrícia Faria, mãe cuidadora de uma criança de seis anos, teve a ideia de ajudar algumas famílias a passarem esta quadra de uma forma mais “quentinha”.
Juntou doze crianças com necessidades especiais, para um calendário solidário cheio de ternura. Cada criança corresponde a um mês do ano. Cada mês corresponde a uma história de vida que merece ser conhecida e valorizada.
Por isso mesmo, Patrícia colocou “mãos à obra” e entrou em contacto com vários patrocinadores. Um deles foi Artur Oliveira Ferreira, fotógrafo de profissão, que se disponibilizou «de imediato» para colaborar nesta produção especial.
Juntamente com Ana, esposa e assistente na sessão fotográfica, tornaram esta manhã diferente para as 12 crianças. «É muito emocionante poder ajudar numa iniciativa destas. É um privilégio», garante Ana Duarte, com as lágrimas nos olhos.
Mas a verdade é que este dia ficará marcado na memória também destes profissionais. E o resultado está “à vista” na nossa galeria e também na nossa reportagem em vídeo – que pode ver no final do artigo.
«É sempre importante ajudar quem mais precisa»
Também Nuno Almeida, Account Manager da gráfica IMACX, conversou com o site Crescer sobre esta iniciativa na qual a empresa acedeu ao pedido de ajuda por parte de Patrícia Faria. «Recebemos o pedido de forma cuidada e socialmente responsável. Ao ouvirmos a causa, soubemos que tínhamos e podíamos ajudar», começa por nos contar.
E qual a importância de participarem numa iniciativa solidária como esta? «É sempre importante ajudar quem mais precisa. Na IMACX estamos sempre atentos a todas as causas sociais, e esta, como se trata de crianças, é impossível ficar indiferente», responde.
Patrícia pediu 100 calendários por criança, mas os responsáveis da IMACX surpreenderam. «A Patrícia revelou qual o objetivo em termos de valor para ajudar cada criança e pareceu-nos que com 100 calendários por criança, era difícil chegar ao objetivo. Como tal, propusemos 200 calendários por criança. Todas as causas para ajudar os mais desfavorecidos são nobres. Mas sim, quando se fala em crianças toca mais no coração de todos, e era realmente impossível ficar indiferente a esta causa», continua.
E no que diz respeito ao balanço desta iniciativa… «O balanço é sempre positivo. Se conseguirmos facilitar um pouco a vida destas crianças, vale sempre a pena. Pensamos que é importante todas as empresas terem um pouco de responsabilidade social, e tentar retribuir o seu sucesso para a sociedade, podendo ajudar causas nobres como estas», finaliza.
Cada criança terá “nas suas mãos” 200 calendários
São histórias reais de surpresa, de luta, de amor e, acima de tudo, de muita esperança.
Cada criança terá “nas suas mãos” 200 calendários. Cada calendário tem o valor de cinco euros. As receitas revertem, na totalidade, para os mais novos que participam nesta iniciativa.
São 12 meses repletos de esperança e de sorrisos, que nos fazem acreditar que pequenos passos nos levam sempre a grandes conquistas.
Conheça as histórias de Santiago, Dinis, Pedro Lobão, João Moinhos Amorim, Alice, Afonso, dos irmãos João e Luís, dos gémeos Lukas e Matheo, de Shamir e de Tiago.
Fotos: Artur Oliveira Ferreira (Av. Embaixador Aristides Sousa Mendes nº5 Loja B, Mem Martins, Lisboa, Portugal)
As 12 crianças que participaram nesta manhã especial
Fotos: Artur Oliveira Ferreira (Av. Embaixador Aristides Sousa Mendes n.º 5 Loja B, Mem Martins, Lisboa, Portugal)
Alice
Alice nasceu sem qualquer problema, mas a partir dos dois meses de vida, tudo mudou. O corpo começou a ficar com feridas. Percebeu-se que esses sintomas estavam relacionados com o leite. Até que, aos quatro meses, e apesar de todos os cuidados, teve a primeira reação anafilática com paragem cardíaca.
Aos seis meses, a menina era molinha e estava a regredir em algumas coisas que já havia adquirido nesta idade. Deixou de chorar, deixou de rir…
Foram feitos testes genéticos e aos dois anos chegou o diagnóstico: Doença de Leigh. A Alice foi diagnosticada com uma doença metabólica.
Aos cinco anos e contra todas as expectativas dos especialistas, Alice tem vindo a dar lições de vida a quem a conhece. É uma menina muito inteligente e tem demonstrado uma grande evolução no seu desenvolvimento.
Fotos: Artur Oliveira Ferreira (Av. Embaixador Aristides Sousa Mendes nº5 Loja B, Mem Martins, Lisboa, Portugal)
Santiago
Santiago é portador de uma doença genética rara chamada Síndrome da Duplicação MECP2. Existem apenas 150 casos diagnosticados em todo o mundo e afeta, maioritariamente, rapazes. Não existe muita informação em Portugal sobre esta doença.
Esta síndrome provoca atrasos no desenvolvimento motor e cognitivo, entre outras complicações, mas Santiago está cá para provar de que vale sempre a pena lutar.
Fotos: Artur Oliveira Ferreira (Av. Embaixador Aristides Sousa Mendes nº5 Loja B, Mem Martins, Lisboa, Portugal)
Afonso
A vida de Afonso mudou aos dois anos, literalmente, da noite para o dia. Começou com febre e, horas mais tarde, a espumar pela boca e com movimentos de mastigação. Seguiram-se urgências, centros de saúde, unidades hospitalares, diagnósticos, muitas dúvidas e muito medo.
Em apenas 48 horas a vida desta família mudou. Afonso teve uma encefalite herpética. O vírus do herpes instalou-se no cérebro do menino e não foi diagnosticado a tempo. Esta criança, hoje com 11 anos, perdeu o andar, a fala e as faculdades que tinha até então.
Mas a verdade é que nunca perdeu a força de viver. É incrível a história de vida de Afonso, o herói do sorriso.
Fotos: Artur Oliveira Ferreira (Av. Embaixador Aristides Sousa Mendes nº5 Loja B, Mem Martins, Lisboa, Portugal)
Luís
Luís tem sete anos e Luís quatro. São irmãos. Ambos nasceram com paralisia cerebral. Apesar do diagnóstico ser o mesmo, os irmãos têm algumas reações diferentes perante esta perturbação.
Depois de estudos genéticos chegou-se à conclusão de que João e Luís têm a síndrome de DiGeorge. Não andam, não falam e têm de fazer, semanalmente, vários tipos de terapias.
São muito bem-dispostos, inteligentes e os “meninos os olhos” de quem com eles convive.
Fotos: Artur Oliveira Ferreira (Av. Embaixador Aristides Sousa Mendes nº5 Loja B, Mem Martins, Lisboa, Portugal)
João
Luís tem sete anos e Luís quatro. São irmãos. Ambos nasceram com paralisia cerebral. Apesar do diagnóstico ser o mesmo, os irmãos têm algumas reações diferentes perante esta perturbação.
Depois de estudos genéticos chegou-se à conclusão de que João e Luís têm a síndrome de DiGeorge. Não andam, não falam e têm de fazer, semanalmente, vários tipos de terapias.
São muito bem-dispostos, inteligentes e os “meninos os olhos” de quem com eles convive.
Fotos: Artur Oliveira Ferreira (Av. Embaixador Aristides Sousa Mendes nº5 Loja B, Mem Martins, Lisboa, Portugal)
João Amorim
Um simples acordar e esticar muito os braços e as pernas, seria a mudança na vida de João Moinhos Amorim. Este menino tem alteração do gene DEPDC5. Esta alteração genética é rara, não tem síndrome e não existe nenhum medicamento nem nenhum suplemento que possa combater esta falha. João é o único caso conhecido em Portugal.
Mas este pequenito tem outra “luta” pela frente. Um nervo, a que chamam a “Onda P100”, está desligado. O menino vê, mas não processa, não entende o que está ao seu redor.
Com apenas dois anos é uma criança muito feliz junto dos pais e da irmã, Kika.
Fotos: Artur Oliveira Ferreira (Av. Embaixador Aristides Sousa Mendes nº5 Loja B, Mem Martins, Lisboa, Portugal)
Pedro Lobão
Pedro tem 24 anos e é um jovem especial. Ainda com poucos meses foi-lhe diagnosticada uma hipotonia e disseram aos pais que o filho tinha o cerebelo pouco desenvolvido. Anos mais tarde percebeu-se também que tinha um atraso motor.
Pedro fez testes genéticos e, na verdade, não há explicação para o estado de saúde deste jovem.
É muito sociável e contrariou, de forma positiva, todas as expectativas dos médicos.
Fotos: Artur Oliveira Ferreira (Av. Embaixador Aristides Sousa Mendes nº5 Loja B, Mem Martins, Lisboa, Portugal)
Tiago
Tiago tem oito anos e é uma força da natureza. Nasceu às 34 semanas porque foi detetada numa ecografia uma hidrocefalia já muito avançada. Depois do nascimento, os médicos comunicaram também aos pais que o menino teve um AVC no útero.
As expectativas eram de que nem respirar por ele iria conseguir. Tudo isto deu origem à paralisia cerebral.
Os médicos disseram que Tiago ia ser um vegetal e que não havia grande perspetiva para o futuro dele, mas… Esta criança continua a mostrar que desistir não é opção e que acreditar é palavra de ordem.
Fotos: Artur Oliveira Ferreira (Av. Embaixador Aristides Sousa Mendes nº5 Loja B, Mem Martins, Lisboa, Portugal)
Dinis
Dinis tem uma Transposição Congénita dos Grandes Vasos (ventrículos ao contrário), mas para além desta complicação, o menino tem também uma síndrome polimalformativo e uma gastrotomia - através da qual come desde os dois anos. Dinis também toma medicação para o coração, de oito em oito horas, e para dormir.
Apesar de todas as complicações de saúde, este menino de três anos não perde o sorriso e mostra uma alegria contagiante.
Fotos: Artur Oliveira Ferreira (Av. Embaixador Aristides Sousa Mendes nº5 Loja B, Mem Martins, Lisboa, Portugal)
Shamir
Fotos: Artur Oliveira Ferreira (Av. Embaixador Aristides Sousa Mendes nº5 Loja B, Mem Martins, Lisboa, Portugal)
Lukas
Nasceram prematuros, a 20 de janeiro de 2010, às 26 semanas e cinco dias. Tiveram várias hemorragias cerebrais e pulmonares nos primeiros meses, e com o passar do tempo, o atraso no desenvolvimento foi notório.
O primeiro diagnóstico foi a surdez neurosensorial. Seguiu-se a displasia broncopulmonar. Lukas e Matheo também não andam.
Mas os gémeos são crianças que criam empatias, ligações e transmitem muita alegria e felicidade a quem os rodeiam.
Fotos: Artur Oliveira Ferreira (Av. Embaixador Aristides Sousa Mendes nº5 Loja B, Mem Martins, Lisboa, Portugal)
Matheo
Nasceram prematuros, a 20 de janeiro de 2010, às 26 semanas e cinco dias. Tiveram várias hemorragias cerebrais e pulmonares nos primeiros meses, e com o passar do tempo, o atraso no desenvolvimento foi notório.
O primeiro diagnóstico foi a surdez neurosensorial. Seguiu-se a displasia broncopulmonar. Lukas e Matheo também não andam.
Mas os gémeos são crianças que criam empatias, ligações e transmitem muita alegria e felicidade a quem os rodeiam.
Fotos: Artur Oliveira Ferreira (Av. Embaixador Aristides Sousa Mendes nº5 Loja B, Mem Martins, Lisboa, Portugal)
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