Educação

Bullying: Assistimos a uma ação de sensibilização conduzida por agentes do Programa Escola Segura da PSP

Andreia Costinha de Miranda
publicado há 5 anos
0
Share on FacebookTweet about this on TwitterShare on LinkedIn

O site Crescer assistiu a uma Ação de Sensibilização no colégio O Barco do Mimo, em Massamá, conduzida por agentes do Programa Escola Segura da PSP.

Foram cerca de 30 os pais que estiveram presentes nesta ação de sensibilização que teve como principal objetivo dar a conhecer o que é, e como se deve lidar com o bullying.

Para tirar todas as dúvidas contaram com a ajuda dos agentes Cunha, Vasconcelos e Santos, do Programa Escola Segura.

A diferença entre bullying direto e bullying indireto

Como ponto de partida, há que diferenciar o Bullying Direto do Bullying Indireto. «O direto pode ser verbal (o chamar nomes, ser sarcástico, lançar calúnias ou gozar com alguma característica particular do outro), físico (puxar, pontapear, bater, beliscar, etc) e o cyberbullying (utilizar as tecnologias de informação e comunicação, como e-mail, telemóvel ou página difamatória na Internet, para hostilizar, deliberada e repetidamente uma pessoa com o intuito de magoar)», começam por explicar.

No indireto, encaixa-se a parte emocional e a exclusão social/racismo. «A parte emocional foca-se no excluir, atormentar, ameaçar, manipular, amedrontar, chantagear, ridicularizar e ignorar», disse um dos agentes. E continuou… «A exclusão social/racismo, encaixa-se toda a ofensa que resulte da cor da pele, de diferenças culturais, étnicas ou religiosas».

Muitas são as crianças e jovens que sofrem com esta realidade e convém os pais estarem sempre alerta. «Não vamos ser psicóticos, mas vamos estar atentos», realçou o agente. «As alterações de comportamento, a perda de fome, o não querer ir por caminhos pelos quais sempre foi, as perturbações também do sono, a automutilação, tentativas ou ameaças de suicídio… tudo isto podem ser motivos de alerta para um possível caso de bullying», acrescentou.

«Os pais têm de acompanhar o ritmo, por exemplo, em relação às redes sociais»

«É mais fácil controlar os filhos na sombra do que diretamente». É desta forma que um dos agentes aborda o “controlo” que se deve ter perante os filhos. Esse controlo é necessário e, por vezes, não pode ser feito “cara à cara” e sim “às escondidas”.

E os novos tempos desta Era Digital e aldeia global em que vivemos fazem com que tenha de ser assim, até porque há algo que os pais têm de ter em atenção: «Os pais têm de acompanhar o ritmo, por exemplo, em relação às redes sociais. Se isso não acontece, torna-se mais complicado», asseguram.

E se o seu filho for vítima de bullying, como o pode apoiar? Em primeiro lugar, peça-lhe para que conte o que se passou e quem esteve envolvido. Tente saber também onde, quando e quantas vezes aconteceu!

Reforce sempre que o seu filho agiu da melhor maneira possível e que, acima de tudo, não tem culpa do sucedido.

O que deve ou não fazer se o seu filho for vítima de bullying?

São muitas as dúvidas dos pais quando os filhos sofrem na pele a questão do bullying. Por isso mesmo, os agentes do Programa Escola Segura explicam o que se deve ou não fazer num caso destes.

O que deve fazer? «Manter a calma, pensar primeiro antes de agir, falar com o professor para saber se este tem conhecimento e reforçar a auto-estima e autoconfiança da criança», dizem.

E o que não deve fazer? «Nunca reaja com agressividade, nem aja sem pensar. Outra coisa que os pais não devem fazer é ir pedir explicações aos bullies nem à escola».

Se o seu filho for vítima de bullying, deverá encaminhá-lo para um acompanhamento psicológico e «ajudá-lo a criar algumas estratégias para reagir, sem chorar ou mostrar transtorno, mas simplesmente ignorando o bullie (agressor).»

Como se deve agir com o agressor?

«A diferença é o alvo dos outros». Esta foi uma frase bastante utilizada durante esta ação de sensibilização. Se uma criança ou um jovem é gordo, magro, usa óculos, veste de determinada maneira, tem um acessório “diferente”… tudo é “desculpa” para que os bullies (agressores) “entrem em ação”.

Então quais as melhores estratégias a adotar com o agressor? Os agentes garantem que «a aproximação entre professor/psicólogo/família é muito importante.» Mas não só! «Tem de se ajudar o agressor a criar algumas estratégias para uma melhor gestão emocional no espaço escolar. Deve também encorajar-se a criança a desenvolver atividades que o valorizem».

E fazem um alerta a todos: «Impedir que a criança agressora se torne num criminoso também depende de si!»

Estratégias para combater o bullying nas escolas

E visto que a ação de sensibilização decorreu numa escola, os agentes do Programa Escola Segura também lançaram o alerta para as escolas e deram algumas dicas para que ajudem a combater o bullying nas instituições de ensino.

– Políticas claras e específicas sobre o bullying;

– Implementação de consequências para quem tenha o comportamento de forma imediata e consistente;

– Premiar comportamentos pró-sociais;

– Aumentar a supervisão nos espaços exteriores e nas cantinas;

– Formação para os funcionários;

– Equacionar envolvimento de psicólogo;

– Envolver pais;

– Investigar os incidentes e trabalhar com os jovens para evitar futuros incidentes

– Implementação de um plano de prevenção.

Professores e auxiliares, atenção à prevenção

Qual a função dos professores e auxiliares no que diz respeito à questão do bullying? Os agentes explicam!

– Ajudar os jovens no desenvolvimento de estratégias para lidar com o bullying;

– Ajudar os jovens a desenvolver competências sociais;

– Monitorização dos corredores e dos espaços exteriores;

– Agir de imediato na presença ou após o conhecimento de um episódio de bullying.

Estabelecer regras na escola

E que regras as escolas deverão estabelecer?

– Ninguém terá comportamentos de bullying;

– Todos devem ajudar colegas que são vítimas de bullying;

– Todos devem ser incluídos nas atividades;

– Devem contar a um adulto se assistirem a bullying.

Que medidas devo tomar caso o meu filho sofra de bullying?

Para além de tudo o que já foi referido e, caso a situação seja consecutiva e não “apenas” um caso isolado, há que tomar medidas.

A primeira coisa a fazer é ir falar com o Diretor de Turma, mas fazer o pedido da reunião por e-mail.

Em segundo lugar, falar com a direção da escola, com o Diretor do Agrupamento a que o seu filho pertence.

Em terceiro lugar, e caso a escola não tome medidas, deve ir à polícia. Leve a cópia do pedido da reunião na escola e os agentes tratarão de dar seguimento ao processo.

 

Agradecimentos: O Barco do Mimo

Siga a Crescer no Instagram

Share on FacebookTweet about this on TwitterShare on LinkedIn

Artigos relacionados

Últimas

Botão calendário

Agenda

Consultar agenda