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Bullying: 44% dos jovens portugueses confessam sentir-se incomodados ou perturbados

Redação
publicado há 5 anos
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Chama-se “Usos, competências, riscos e mediações da Internet reportados por crianças e jovens” e é o nome do mais recente relatório do projeto europeu EU Kids Online. O bullying foi um dos temas abordados no inquérito.

Trata-se de um estudo que se baseou nas respostas de 1974 utilizadores portugueses, com idades entre os nove e os 17 anos, acerca do que entendiam poder ser um perigo no uso da Internet.

O inquérito Kids Online, realizado entre março e junho de 2018 pela empresa GfK, foi coordenado pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e contou com o contributo da Direção-Geral de Educação e da Associação DNS.PT. Cristina Ponte é a coordenadora do projeto. A apresentação vai decorrer dia 28 de fevereiro na reitoria da Universidade Nova de Lisboa. A conferência é aberta ao público e vai discutir a relação de crianças e jovens portugueses com as novas tecnologias.

A maioria dos inquiridos assinala mais divertir-se e encontrar-se com os amigos cara a cara do que na Internet.

As raparigas reportam mais atividades relacionadas com estudo e ajuda nas tarefas domésticas, enquanto os rapazes reportam mais praticar desporto e de atividades físicas.

Foram vários os assuntos abordados no inquérito. No que se refere ao bullying, continua a ser a situação que mais incomoda. Os valores relativos a bullying, online e offline (24% em 2018) no último ano mais do que duplicaram em relação a 2014 (eram 10%). 44% dos mais novos ficaram muito incomodados ou perturbados, o valor mais elevado por idade. A percentagem de raparigas que reportam terem ficado perturbadas (44%) duplica a dos rapazes (22%).

O bullying por meios tecnológicos é mais referido do que o bullying cara a cara. A agressão mais reportada é receber mensagens digitais que magoam (64%). Praticar bullying (17%) é mais reportado por rapazes e por adolescentes.

 

 

Vítimas de bullying (on- e offline) nos últimos 12 meses, por idade e género (confronto entre 2010, 2014 e 2018)

 

Como se vê na figura, em 2018, 24% das crianças e jovens portugueses reportaram terem sido vítimas de bullying offline e online no último ano. No seu conjunto, estes valores mais do que duplicaram em relação a 2010 e 2014.

  • Esta situação é transversal por idades. Nos mais novos, um em cinco reporta essa situação, essa relação é de um em cada quatro entre adolescentes.
  • As raparigas (26%) reportam mais esta situação mas ser alvo de bullying aumentou mais nos rapazes em relação aos resultados anteriores.

Ainda que tivesse valores relativamente baixos em 2010 e 2014, o bullying online era o risco que mais incomodava as crianças e jovens. Em 2018, a tendência continua: quase três quartos dos inquiridos declararam ter sentido incómodo: 32% sentiu bastante ou muito incómodo, 39% sentiu algum incómodo.

 

Crianças e jovens alvo de bullying (online) que se sentiram perturbadas, por idade e género

Para 29% dos inquiridos o bullying ocorre com bastante ou muita frequência, tanto online como offline.

O bullying através de meios tecnológicos predomina sobre o bullying cara a cara, sendo a modalidade de agressão que mais ocorre.

Mais de um quinto dos entrevistados que regista esta agressão refere que ela ocorre várias vezes por mês ou ainda mais frequentemente, através de chamadas de voz, mensagens de texto ou por outra via tecnológica.

Perto de dois terços (64%) dos entrevistados de nove a 17 anos que foram alvo de bullying online referem que receberam mensagens desagradáveis nos seus dispositivos.

Haver mensagens desagradáveis sobre si a circular na Internet (28%) e receber ameaças (26%) são duas situações referidas por mais de um quarto destes inquiridos. Ficar fora de um grupo ou de uma atividade (37%) ou outras coisas desagradáveis (36%) são situações referidas por mais de um terço. Uma em cada seis crianças e jovens que experienciaram ciberbullying (16%) teve de fazer coisas que não queria fazer.

Por seu lado, cerca de 17% reportam ter tido comportamentos de bullying para com rapazes e raparigas no último ano. A percentagem cresce com a idade e é mais elevada entre rapazes do que entre raparigas.

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