Gravidez

Quando o bebé não dá a volta… não entre em pânico!

Redação
publicado há 5 anos
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Normalmente, o feto muda de posição perto do final do tempo de gestação e mantém-se de cabeça para baixo até ao nascimento. Porém, há casos em que isso não acontece… mas não desespere!

A maioria das imagens que se veem de um bebé a desenvolver-se no útero materno, antes das 20 semanas, mostra que está de cabeça para cima e com os pés enrolados por baixo das nádegas, isto é, numa posição pélvica. Contudo, à medida que as semanas passam, cerca de 95 por cento dos fetos voltam-se de forma natural, colocando-se na posição cefálica, ou seja, com a cabeça virada para baixo e os pés para cima, extremidades pregadas ao corpo, a cabeça inclinada para a frente e o queixo sobre o peito, sendo que esta é a posição que permite uma passagem mais natural através do canal de parto.

No entanto, certas particularidades do bebé, da bacia da mãe, do líquido amniótico ou da placenta, podem levar a uma falha neste movimento. Por isso, se, por volta das 30 semanas, o feto ainda não se virou de cabeça
para baixo, é provável que não dê a cambalhota por si próprio. Existem três tipos de apresentação pélvica:

  • Modalidade completa: o bebé está sentado com as coxas fletidas sobre a pélvis e as pernas sobre as coxas. Esta é uma situação rara, que ocorre entre cinco a dez por cento dos casos;
  • Modalidade incompleta, modo de pés: as pernas apresentam-se por baixo das nádegas do bebé, com o pé junto ao canal de parto, pelo que este membro é o primeiro a ser expelido. Esta apresentação ocorre entre 10 a 30 por cento dos casos;
  • Modalidade incompleta, modo de nádegas: é a posição mais comum dos fetos pélvicos, encontrando-se em 50 a 70 por cento dos casos. Os bebés apresentam as pernas estendidas ao longo do corpo, de forma a que os pés se encontrem junto à cabeça.

Por que não deu a volta?

Na maioria dos casos, as razões pelas quais os bebés adotam a posição pélvica são desconhecidas. Porém, há situações que os especialistas associam frequentemente à posição pélvica. Entre elas, encontram-se as seguintes:

  • Quanto mais pequeno for o bebé, maior é a área disponível que este tem para se movimentar no útero materno, pelo que não sente necessidade de encontrar outra posição em que se sinta mais à vontade;
  • Se existirem miomas ou outro tipo de alterações anatómicas do útero, dos ovários ou das trompas da gestante, o feto pode ter necessidade de adotar outras posições mais confortáveis do que a apresentação cefálica;
  • Bebés com lesões ou malformações ao nível do cérebro, nervos, músculos ou membros têm uma capacidade de mobilização dentro do útero mais reduzida, o que os pode impedir de se posicionarem de uma forma mais adaptada à cavidade uterina;
  • As mulheres já com um ou mais filhos possuem uma capacidade de distensão uterina maior, o que faz com que o feto possa adotar diferentes posições;
  • Quando se trata de gémeos, o espaço uterino tem de ser partilhado, pelo que um dos fetos pode apresentar-se na posição pélvica;
  • O excesso deste líquido na bolsa amniótica aumenta a capacidade de mobilização fetal, não havendo, desta forma, necessidade de adaptação do bebé ao canal de parto. Por sua vez, quando o líquido amniótico é reduzido, o feto tem mais dificuldade em movimentar-se, o que complica o posicionamento cefálico do bebé.

Não exige vigilância redobrada

Um dos maiores receios das gestantes é que o feto não se encontre na posição mais adequada para o parto. Se este é o seu caso, não entre já em pânico e saiba que a vigilância da gravidez de um bebé pélvico é igual à de qualquer outra gestação, não exigindo, por isso, cuidados especiais.

Contudo, é fundamental que essa situação seja detetada antes do parto, de forma a que o médico possa planear tudo da melhor forma possível e não seja apanhado de surpresa.

Como tal, na consulta das 36 semanas, o médico poderá constatar a posição do bebé, mediante a palpação do feto através do abdómen materno, um exame pélvico (toque vaginal) e a ecografia que, um última instância, confirma inequivocamente a posição do feto. Assim sendo, se a situação for diagnosticada nesta altura e se o bebé não apresentar malformações aparentes, existe a possibilidade de o obstetra ajudar o feto a posicionar-se corretamente, de modo a que este fique de cabeça para baixo, através da compressão do abdómen da mãe.

Tal é possível porque o bebé é ainda de pequenas dimensões e existe uma quantidade elevada de líquido amniótico. Porém, nada garante que a criança não regresse à posição pélvica.

Essa técnica obstétrica, designada de versão externa, é igualmente passível de ser efetuada na primeira fase do parto. Apesar de trazer benefícios, este procedimento também comporta certos riscos num pequeno número de casos, entre os quais se encontram a rotura de membranas, o descolamento da placenta, as hemorragias
fetomaternas e o prolapso do cordão umbilical. Os partos pélvicos são, em geral, tão seguros como os cefálicos. Contudo, visto que um parto pélvico é mais complexo, muitos obstetras tentam evitá-lo, seja manipulando a posição do bebé antes do parto ou optando por realizar uma cesariana.

Facilite a viragem do bebé

Para além da versão externa, técnica em que o obstetra tenta virar manualmente o bebé, manipulando suavemente o abdómen, há quem defenda que vale a pena passar cerca de 15 minutos, três vezes ao dia, numa posição que favoreça a viragem do bebé. Este exercício deve ser iniciado por volta da 36.ª semana de gravidez, antes que as nádegas do bebé desçam até à pélvis. Eis o que pode fazer:

  • De gatas, incline-se para a frente sobre os braços cruzados, a cabeça assente na almofada e as nádegas levantadas, de modo a que as ancas fiquem numa posição mais elevada do que a cabeça. Esta posição possibilita que as nádegas do bebé se afastem da sua pélvis e ele possa dar a volta;
  • Descontraia a barriga e coloque as mãos por baixo das costelas, onde está a cabeça do bebé. Massaje a zona onde lhe parece estar a cabeça, na direção para a qual quer que ela vá. Não faça força.

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