A empresa israelita NSO, relacionada com serviços de informação, é acusada de ter criado um spyware (programa malicioso espião) que permite controlar os telemóveis dos utilizadores do WhatsApp. Com apenas uma chamada, é permitido o acesso à lista de contactos, mensagens, emails, localização de GPS, histórico e até permite ativar a sua câmara do telemóvel e o microfone.
Mesmo que a chamada não seja atendida, o software de vigilância é instalado. A chamada não fica no registo, permitindo, aos piratas informáticos, não deixar rasto.
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Segundo o Financial Times, o WhatsApp deu conta do ataque, no início de maio, e atualizou a aplicação de forma a proteger os utilizadores do vírus. Num comunicado, citado pelo The New York Times, o WhatsApp «aconselha as pessoas a atualizarem a sua aplicação para a versão mais recente, tal como a atualizarem o sistema operativo dos seus telemóveis, de forma a ficarem protegidos a potenciais tentativas especialmente dirigidas para comprometer informações alojadas nos seus dispositivos móveis.»
Por sua vez, a empresa defende-se, afirmando, em comunicado, que «a tecnologia da NSO é licenciada para agências governamentais autorizadas com o único objetivo de combater o crime e o terrorismo.» «A empresa não opera o sistema e, após um processo rigoroso de licenciamento, a inteligência e a aplicação da lei determinam como usar a tecnologia para missões de segurança pública. Investigamos quaisquer acusações confiáveis ?de uso indevido e, se necessário for, agimos, mesmo que seja para desligar o sistema», refere a NSO.
Vírus criado para vigiar advogado londrino
O ataque foi criado para atingir um advogado londrino suspeito de mover processos contra a NSO. «O ataque tem todos os cunhos de uma empresa privada que alegadamente trabalha com governos para instalar spyware que toma o controlo dos sistemas operativos de telemóveis», disse o Whatsapp, em comunicado ao Financial Times. «Informámos várias organizações de direitos humanos para partilharmos com elas as informações que podemos e para podermos trabalhar com eles no sentido de notificar a sociedade civil».
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O advogado londrino denunciou ao Citizen Lab da Munk School of Global Affairs, da Universidade de Toronto, que estava a ser alvo de um spyware, uma vez que durante a noite recebia chamadas de vídeo no WhatsApp de um número norueguês.
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