E nós temos de passar por umas situações…
De repente aquele “pedacinho de gente” – que é o nosso filho – começa a falar e descobre que soltar o verbo é uma delícia!
O detalhe é que eles não têm filtros. Aliás, não sabem nem o que isso é…
A Bárbara (Babi), minha filha mais velha (hoje com 11 anos), iniciou a fase “sincera” da sua vida aos três aninhos, para meu desespero total.
Um belo dia estava eu a conversar com o jardineiro, quando sinto alguém a puxar a minha camisa. «O que foi filha? Espera um pouquinho, porque a mãe está a falar com o senhor».
Claro que ela não se deu por vencida e continuou a puxar a camisa. Tive que novamente interromper a conversa: «O que foi, filha?»
Se arrependimento matasse… «Mãe… ele é feio!», e apontou para o rapaz.
Fingi que não tinha ouvido, mas ela fez questão de repetir. E eu não sabia se chorava ou se saía a correr…
No outro dia, o ataque foi no elevador. Estávamos as duas a descer, quando uma senhora entrou. Comecei a ter suores frios, e a sentença veio como uma bomba: «Mãe… ela é gorda!» Não, mil vezes não!!!
Dei aquele sorriso amarelo, pedi desculpas e rezei para o elevador parar.
Enfim, ter uma criança em casa é praticar a arte do sorriso amarelo sempre!
E eu ainda tenho outra pequenina que está perigosamente a aproximar-se dos três aninhos…
Fico arrepiada só de pensar no que me aguarda!
Texto: Marcella Bisetto, mãe, advogada e escritora apaixonada
Blogue