Escrevo uma carta aberta a todas as pessoas no geral, mas especialmente aos homens, aos maridos que cuidam dos filhos quando as mães ficam doentes, seja por lesões ou por operações que as deixam de cama a recuperar.
Os tempos mudaram. Os homens já participam nas rotinas diárias de casa, ajudam as mulheres (aliás, não ajudam, eles fazem!) e têm iniciativa própria. Nem todos, claro. Mas grande parte deles.
Mesmo assim há um grande número de casas que é organizado pelas mulheres, por mães que sabem o que falta na despensa, qual é a próxima vacina do filho, como se retira aquela nódoa chata da camisa.
Depois há aquelas que fazem tudo em casa, por prazer ou por hábito, já que o marido nunca ajudou, nunca fez nada em casa e quando tenta fazer só atrapalha.
Quer façam, quer não, tudo muda quando as mulheres adoecem e há crianças e toda uma casa para cuidar.
Esta é uma carta aos maridos que limpam a casa como nunca o tinham feito, que se esforçam na cozinha, na organização da despensa, da loiça e da roupa. Que levam o pequeno-almoço à cama da mulher que amam e a mimam com palavras de esperança. Que levam os filhos à escola, que passam no supermercado para comprar o que falta, que cozinham, mesmo não tendo muito jeito.
Aos maridos que dão banhos aos filhos, vestem-nos (mesmo não sabendo que os pijamas estão, e sempre estiveram, na segunda gaveta da cómoda do lado esquerdo), cozinham para eles sem esquecer a sopa e a fruta.
Ainda assim não resistem aos pedidos de uma bolachinha como sobremesa. Tudo bem! Dias não são dias e o que interessa é que fica tudo orientado… e a mãe não fez nada.
No fundo, esta é uma carta aberta a todos os homens que se tornam ‘fadinhas do lar’ a 100 por cento, ainda que temporariamente, porque a mamã logo logo volta ao ativo.
Texto: Paula Tavares
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