Que atire a primeira pedra quem nunca errou. Não quero julgamentos, não quero críticas, não quero voltar a ser enxovalhada, porque ninguém merece. Ninguém mesmo.
Sim, andei com um homem casado. Não, não sabia que era comprometido quando o conheci. Através de amigos comuns, num jantar divertido, conheci aquele que viria a ser o meu maior pesadelo. O grande problema? Apaixonei-me muito antes de saber o que estava para vir.
No início era tudo um mar de rosas, como em qualquer relação. Muitos passeios, jantares, saídas… Como se ele não tivesse mesmo nada a esconder. Nunca desconfiei, apesar de nunca me ter levado a casa dele. Eu vivia sozinha e ele vinha sempre ter comigo. Desculpava-se com rasgados elogios à minha casa com vista para o rio Tejo, aparecia de surpresa, trazia muitas vezes o jantar. Muitas! Nunca pensei que havia outra mulher. Era enfermeira e trabalhava por turnos. Estava explicado. Na rua não havia problemas porque ela não era de cá. Mudou-se para Lisboa para viver com o homem da sua vida.
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Felizmente não tinham filhos. Não me iria perdoar acabar com uma família desta forma. Mas adiante… Decidi, num grupo de mães, confessar que tinha descoberto que ele era casado e que me custou muito, após meses e meses de amor louco e ardente. Estávamos completamente apaixonados um pelo o outro. Ele garantiu-me que ia deixar a mulher. Mas nunca o fez.
Fui arrasada por outras mulheres… Enxovalhada em plena praça pública, quase. Não foi na rua, mas é como se fosse, porque o meu perfil é assumido, não escrevi de forma anónima. Disseram-me as maiores atrocidades, culparam-me, ofenderam-me, cruxificaram-me sem saberem da história toda, sem saberem que não foi a primeira vez que ele fez isto à mulher, sem saberem que eles estavam mal porque não conseguiam ter filhos…
Sim, podia ter acabado tudo quando descobri que ele era casado, mas estava apaixonada. E acreditava que ele também…
Hoje estou sozinha, tenho medo de voltar a amar. Mas eu também mereço ser feliz. E não sou uma p*** por ter vivido uma história assim…
Texto: Anónima (desculpem, mas prefiro resguardar o meu nome)
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