Saúde

Alergias: Um beijo ou um simples toque pode matar o Salvador

Filipa Rosa
publicado há 5 anos
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Um beijo pode ser fatal para o pequeno Salvador, de 15 meses, que é multialérgico. O site Crescer falou com Sílvia Marques, que alterou toda a sua vida devido ao problema do filho mais novo.

Salvador tinha apenas cinco dias quando teve o primeiro choque anafilático. Foi o grande susto da família. Mas o episódio no supermercado foi pior, quando um senhor lhe dá uma simples festa na perna, mesmo depois de Sílvia tentar impedir.

A irmã, Maria, tem apenas quatro anos e já aprendeu a lidar com a situação. O site Crescer conta-lhe tudo.

Veja a nossa reportagem:

 

A mudança de vida radical

As limitações do pequeno Salvador levaram Sílvia a despedir-se para cuidar do filho a tempo inteiro. «Foi uma decisão difícil, mas teve de ser tomada, apesar da enorme preocupação em existir apenas um ordenado no seio familiar, que é o do meu marido. Temos uma criança que gasta muito em alimentação e medicação. E temos outra criança que exige várias despesas normais, como escola, roupa, alimentação, atividades, tudo… Não temos qualquer ajuda, qualquer ajuda ou abono por ficar com o Salvador em casa. Como é o meu caso é o de muitas outras famílias.»

Para Sílvia é fundamental apostar na formação das escolas para este problema. «É importante que as escolas estejam aptas para receber estas crianças, que mudem mentalidades, tanto pela inclusão, pela necessidade que estas crianças têm de ir à escola, como para os pais que precisam de trabalhar para poder sustentar os filhos.»

Foi o que aconteceu a Sílvia. «Vi-me numa situação de impotência, tive que ficar em casa com o Salvador, mas precisava de dinheiro para o sustentar. São decisões que pesam muito, mas têm de ser tomadas.»

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Associação O Alergias ajuda famílias

A falta de informação e a necessidade de encontrar respostas para o problema do filho levaram Sílvia Marques a lançar um projeto de inclusão e sensibilização. O Alergias surgiu para ajudar outras pessoas. O projeto cresceu em poucos meses, tornando-se na Associação Portuguesa de Apoio às famílias alérgicas.

O objetivo é, para além de prestar informação útil sobre este problema, ajudar família que têm dificuldades económicas devido aos gastos diários em alimentação especial. «Nós gastamos muito dinheiro para conseguir alimentar estas crianças, para conseguir medicá-las e muitas destas famílias entram numa rutura e numa carência económica, tornando-se em famílias carenciadas, com falta de alimentos, inclusive. Por isso criámos todo um apoio social e assim nasceu a associação. O Alergias surgiu da necessidade que estas famílias vão tendo e nós temos ajudado no que podemos com produtos alimentares, medicamentos… A falta de necessidades que eu própria me deparava», explica a mentora do projeto. «O Alergias é uma janela para o mundo… É onde exponho a realidade crua e dura como ela é. Como é viver com um bebé multialérgico. As dificuldades que temos diariamente, o desrespeito que ainda existe, damos voz aos pais.»

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