Educação

A Importância dos Afetos: O site Crescer assistiu a uma ação de sensibilização sobre este tema

Andreia Costinha de Miranda
publicado há 5 anos
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O site Crescer assistiu a uma Ação de Sensibilização no colégio O Barco do Mimo, em Massamá, conduzida pela psicóloga da instituição, Inês Palácios, e dá-lhe a conhecer alguns dos tópicos sobre o tema “A Importância dos Afetos”.

O principais objetivos desta ação foram, acima de tudo, «refletir sobre a importância dos afetos, reconhecer as características das fases de desenvolvimento dos 18 meses aos três anos e dos três aos seis anos, refletir sobre as estratégias para estabelecer os limites e reconhecer processos de linguagem de proteção/aceitação», explicou a especialista às cerca de 30 pessoas que marcaram presença no espaço. 

Requisitos fundamentais de um desenvolvimento saudável

Antes de entrar no tema da importância da afetividade, Inês Palácios deu a conhecer quais os requisitos fundamentais para um desenvolvimento saudável.

Em primeiro lugar temos de «identificar as necessidades básicas, sem as quais as crianças não se poderão desenvolver, aprender e progredir.»

Uma vez reconhecidas «é mais fácil planear e avaliar os objetivos que visam satisfazê-las.» Na verdade, é nos primeiros anos de vida que se estabelecem bases para o desenvolvimento intelectual, emocional e moral.

Como se definem as emoções?

As emoções são sempre um tema delicado para muitas pessoas. Agimos todos de forma diferente, ainda mais quando somos crianças e estamos a desenvolver a nossa personalidade.

Desta forma, existem quatro emoções básicas: raiva, medo, tristeza e alegria.

Raiva: o sentimento que faz defender-nos (mantém-nos livres)

Sempre que optamos por intervir nas atitudes de uma criança, a nossa finalidade deve ser ensinar-lhe o que pode funcionar e o que pode vir a ajudá-la quando foi adulta. Qual será a melhor forma de um adulto lidar com a raiva? A psicóloga explica o que os pais devem fazer nestas situações. «Insistir para que a criança use as palavras e não as ações para exprimir a raiva. Devem dizer em voz alta que estão zangados e se possível, porquê», explica.

Mas há mais! «Crianças pequenas precisam de ajuda para descobrir o que foi que correu mal… os pais também têm de saber que os seus sentimentos foram tidos em conta e aceites – mas nem sempre podem alterar as coisas».

E, para além disso, «ensine-lhe diretamente que bater não é uma forma aceitável de lidar com a raiva. Sempre que se verifique, deve mostrar uma consequência negativa e insistir para que mostrem de outra forma que estão zangadas.»

A Ação de Sensibilização decorreu no colégio O Barco do Mimo, em Massamá
O medo: impede-nos de corrermos riscos exagerados (mantém-nos em segurança)

O medo é dividido em duas funções: obriga a concentrarmo-nos e transmite energia.

Acima de tudo, as crianças «têm de aprender para serem capazes de lidar com o medo, ou seja, pensar.» Todos usamos a mente para clarificar os nossos medos e planear aquilo que podemos vir a precisar, fazendo quatro truques. Quais são? «Seja concreto, fale dos medos e seja paciente e natural (por volta dos 3/4 anos surgem grandes preocupações); Converse sobre os perigos até eles ficarem mais calmos; se manifestarem um medo irrealista esclareça-os a esse respeito; quanto aos medos ocultos, utilize a escute ativa, para tentar perceber do que tem receio.»

Ainda no que diz respeito aos medos… qual a diferença entre terrores noturnos e medos infantis? «Terrores noturnos são uma alteração do sono frequente em crianças. Nas primeiras horas do sono, surgem abruptamente gitos de pânico, acompanhados de sinais de ansiedade intensa, olhar fixo, sudação, respiração rápida, aceleração dos batimentos cardíacos e movimentos descoordenados».

Desta forma, o que devem os pais fazer? «Devem acalmar, aconchegar e esperar. Com uma voz suave e calma podem ir tranquilizando as crianças.»

A tristeza: “varre a mágoa” (mantém-nos em contacto com as pessoas e com o mundo)

Chorar é necessário, caso contrário tornamo-nos pessoas tensas e nervosas, com tendência a viver no passado e ser difíceis contactar no presente ou receosas das emoções das outras pessoas. «Se soubermos como chorar e libertar a tristeza, sabemos que somos capazes de lidar com o que quer que seja. Ao chorar, libertam-se substâncias químicas que bloqueiam os recetores de dor e produzem uma espécie de anestesia curativa que ultrapassa a pior das angústias que pode ser trazida por uma perda. Esta substância também está presente nas lágrimas», revela.

E como podemos ajudar as crianças a lidar com a tristeza?

«A tristeza segue o seu próprio rumo, desde que recebamos apoio e compreensão. Tudo o que temos a fazer é estar presente e acalmarmo-nos enquanto nos sentamos ao lado de uma criança que chora. Por vezes, querem agarrar-se a nós e serem abraçadas, outras preferem que não lhes toquem», explica Inês Palácios.

Como estabelecer limites?

A psicóloga pede para que os pais definam «os seus próprios limites.» E para isso há pontos que devem permanecer inaceitáveis para os pais e para os outros: «o prejuízo da integridade física ou moral, transgressão das leis, o desrespeito das regras elementares de segurança (ou seja, pô-lo em perigo), a falta de respeito por si mesmo e pelas pessoas, a falta de cuidados, de higiene e os danos para a saúde, o desrespeito das regras da vida em comum; e por fim, a alimentação e conservação do fantasma da omnipotência da criança (mamã e papá 100% disponíveis, desejos 100% satisfeitos)».

Outras formas de dizer as coisas…

Os adultos determinam o grau de confiança da criança, não apenas pelos elogios ou repreensões, mas também pela maneira como dão instruções e ordens, e pela forma como usam positiva ou negativamente as palavras.

Exemplo… «Não caias da árvore que partes a cabeça». Digam antes: «Escolhe bem o sítio onde metes os pés».

Ou então… «Não te metas no meio do trânsito!» Digam antes: «Vai pelo passeio e não te afastes».

Mensagens transmitidas vão enraizar-se profundamente e firmemente no inconsciente da criança. A nossa mente recorda tudo o que aconteceu, pode ou não ficar consciente.

É importante mandar mensagens positivas acompanhadas de sinais que reforcem, como um toque, um olhar, ênfase na voz, etc.

No fundo… «podemos zangarmo-nos com as crianças, temos é de ser verdadeiros».

Conclusão

Em suma, os afetos fazem parte das nossas necessidades básicas e as emoções são todas saudáveis. Têm é de ser contidas.

Também os limites são de extrema importância para a estruturação e organização saudável da mente da criança.

E por fim: «A maneira como utilizamos a linguagem tem influência no grau de confiança da criança».

Agradecimentos: O Barco do Mimo

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