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40% das grávidas são vítimas de agressões pelo parceiro

Redação
publicado há 5 anos
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Um estudo sobre a violência durante a gravidez concluiu que mais de 40 por cento das mulheres foram vítimas de agressão psicológica, cometida pelo parceiro no período da gestação.

Envolvendo mais de um milhar de mulheres, a pesquisa, desenvolvida por Rosa Maria dos Santos Moreira, investigadora na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), revela também que 14 por cento das grávidas são forçadas pelos companheiros a manterem práticas sexuais.

De acordo com uma nota da ESEnfC enviada à agência Lusa, os dados da pesquisa agora divulgados foram «recolhidos entre 2012 e 2013, por meio de questionário respondido por 1.219 puérperas (após o parto)», no âmbito do doutoramento de Rosa Moreira, intitulado «Violência por parceiro íntimo na gravidez e consequências perinatais».

Por ordem decrescente de prevalência, a agressão psicológica foi a mais assinalada pelas inquiridas (41,6 por cento), seguida da coerção sexual (13,7 por cento) e do abuso físico sem e com sequelas (8,4 por cento e 2,5 por cento, respetivamente).

Quanto à repetição das formas de violência pelo parceiro íntimo, «os atos de coerção sexual foram os mais frequentes (9,16 por cento)», revela ainda o estudo, que foi desenvolvido com «o contributo voluntário de puérperas internadas em hospitais de apoio perinatal e apoio perinatal diferenciado», em Coimbra, Aveiro, Covilhã, Castelo Branco, Guarda e Leiria.

«Tem sido difícil provar a associação direta da violência pelo parceiro íntimo com os maus desfechos perinatais», mas, salienta a investigadora, citada pela ESEnfC, algumas investigações destacam, «a este nível e como principais problemas durante a gravidez, a hemorragia genital, a rotura prematura de membranas, a diminuição dos movimentos fetais» e, ainda, hipertensão arterial, diabetes gestacional, anemia e descolamento prematuro da placenta, entre outros.

Trabalhos recentes «continuam a mostrar evidência de resultados adversos, como baixo peso ao nascer, recém-nascido pequeno para a idade gestacional, parto e nascimento prematuros e incidência de morte fetal, perinatal e neonatal», acrescenta a docente da ESEnfC e especialista em saúde materna e obstétrica.

«A maioria das mulheres que participou neste estudo» frequentou consultas pré-natais, «sendo que nos casos de agressão psicológica houve mais idas a estas consultas do que nas situações em que foram reportadas outras formas de violência», destaca Rosa Moreira.

Registou-se, por outro lado, «maior probabilidade de ocorrência de agressão psicológica quando o início das consultas foi tardio, após o segundo mês de gestação, e maior probabilidade de abuso físico com e sem sequelas quando o início das consultas ocorreu antes do segundo mês de gestação».

Rosa Moreira salienta igualmente outros aspetos, que poderá ler aqui.

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