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37% das crianças e jovens portugueses veem imagens de cariz sexual na Internet

Redação
publicado há 5 anos
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Chama-se “Usos, competências, riscos e mediações da Internet reportados por crianças e jovens” e é o nome do mais recente relatório do projeto europeu EU Kids Online. A pornografia foi um dos temas abordados no inquérito.

Trata-se de um estudo que se baseou nas respostas de 1974 utilizadores portugueses, com idades entre os nove e os 17 anos, acerca do que entendiam poder ser um perigo no uso da Internet.

O inquérito Kids Online, realizado entre março e junho de 2018 pela empresa GfK, foi coordenado pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e contou com o contributo da Direção-Geral de Educação e da Associação DNS.PT. Cristina Ponte é a coordenadora do projeto. A apresentação vai decorrer dia 28 de fevereiro na reitoria da Universidade Nova de Lisboa. A conferência é aberta ao público e vai discutir a relação de crianças e jovens portugueses com as novas tecnologias.

A maioria dos inquiridos assinala mais divertir-se e encontrar-se com os amigos cara a cara do que na Internet.

As raparigas reportam mais atividades relacionadas com estudo e ajuda nas tarefas domésticas, enquanto os rapazes reportam mais praticar desporto e de atividades físicas.

Foram vários os assuntos abordados no inquérito. No que se refere à exposição a conteúdos de cariz sexual, esta foi assinalada por 37% das crianças e jovens. Ver conteúdos de cariz sexual acontece mais entre adolescentes: 41% entre os 13-14 anos; 59% nos 15-17 anos. É também mais frequente entre rapazes (44%) do que entre raparigas (29%).

As reações mais comuns são a indiferença (49%) e ficar contente (31%), com significativas variações por género: ficar contente é referido por 47% dos rapazes e por 8% das raparigas que viram estas imagens.

Os sentimentos negativos relativos a essas imagens decrescem com a idade: 24% dos que têm 9-10 anos, 12% dos que têm 11-12 anos e 6% dos que têm 15-17 anos responderam ter ficado muito aborrecidos.

A comparação com resultados de 2010 e de 2014 destaca variações significativas por idade e género.

  • Nas raparigas, há proximidade nos valores nos dois períodos mais recentes, 2014 e 2018.
  • Nos rapazes, a percentagem que era estável, sobe significativamente em 2018, de 27 por cento em 2014 para 44%. É entre adolescentes que os valores são mais elevados, atingindo 59% entre os 15 e os 17 anos.
Ter visto imagens sexuais (online e offline) nos últimos 12 meses, por idade e género (confronto 2010, 2014, 2018)

 

Essas imagens sexuais foram vistas sobretudo em dispositivos com acesso à Internet (91%) e na televisão ou filmes (83%).

Ver imagens de cariz sexual na Internet supera a televisão. Ver de vez em quando ou cerca de uma vez por mês na Internet é apontado por quase metade (49%) dos inquiridos, enquanto 42% referem ver todas as semanas, todos os dias ou quase.

Imagens de cariz sexual suscitam sobretudo indiferença (49%) e satisfação (31%). Contudo, 8% refere ter sentido muito incómodo pelo que viram e 11% sentiram algum ou bastante incómodo.

  • Ficar perturbado com estas imagens decresce de modo significativo por idade: quase um quarto (24%) dos que têm nove ou 10 anos assinalaram ter-se sentido muito perturbados; esse valor desce para metade (12%) entre os 11 e os 12 anos e atinge 6% entre os mais velhos (15-17 anos).
  • Por seu lado, ficar contente por ver estas imagens pouco varia por idade (29-35%). Não ficar nem contente nem perturbado é mais referido entre os 15-17 anos (57%).
  • As variações por género são muito significativas no que se refere a ficar contente: é referido por 47% dos rapazes e por 8% de raparigas.

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