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20 anos depois, mãe descobre que filha está viva

Redação
publicado há 5 anos
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Durante 20 anos, Gorete de Sousa e o marido fizeram o luto da filha que teria morrido no Hospital de Santa Marta, em Lisboa. No entanto, a mãe da menina veio a descobrir que o óbito não tinha sido averbado e não constava na certidão de nascimento da filha. Estava dada a primeira pista para desenrolar uma investigação que dura há mais de quarenta anos.

O caso foi discutido esta quarta-feira, 22 de maio, no programa “Linha Aberta”, da SIC, conduzido por Hernâni Carvalho. Adriana, filha de Gorete de Sousa, nasceu a 15 de janeiro de 1977, no Funchal, na Madeira. A menina revelou ter problemas de coração com poucos dias de vida e teve de ficar internada.

Uma morte nunca declarada

Uma das enfermeiras, que estava a acompanhar o caso, informou os pais de que a bebé teria de ser transportada para o Hospital de Santa Marta, em Lisboa, devido ao agravamento do seu estado de saúde. Como o casal não tinha possibilidades financeiras para suportar os custos das viagens e alojamento na capital, foram sendo informados da situação clínica da filha através da enfermeira.

Em abril, Adriana dá entrada no Hospital e os pais da bebé vão recebendo telefonemas de uma suposta assistente social. Quatro meses depois, é-lhes dirigida uma carta a informar que o estado de saúde da menina estava a piorar e que, como tal, teria de ser operada. Uma segunda carta acaba por revelar o pior. Adriana não teria resistido à operação e acabara por falecer.

Ao longo de 20 anos, os pais de Adriana achavam que a filha estava morta. No entanto, em 1996, Gorete Sousa, ao pedir a certidão de nascimento da filha, apercebe-se de que o óbito da bebé não fora averbado. O caso ganha polémica, a SIC investiga e não há qualquer rasto da menina. O hospital de Santa Marta não informou os pais da bebé sobre o óbito e a enfermeira Maria Lídia Lopes Alves Dias, a mesma que escreveu aos pais de Adriana, recusa-se a falar.

«Onde está a minha filha? Tenho o direto de saber!»

Gorete de Sousa esteve à conversa com Hernâni Carvalho no início de maio e revela que o hospital de Santa Marta e o provedor de Justiça não deu resposta nenhuma ao pedido de informação dos pais. «Fui enganada pela enfermeira que me disse que ela tinha ido para o continente. Penso que foi por ela. Ela disse que levava a Adriana para casa aos fins de semana. Ela não estava então numa situação assim tão crítica. Ela sabe de tudo e não quer falar», contou.

Esta quarta-feira, Gorete Sousa voltou a expressar, via telefónica, o seu desespero. A ausência de novas informações levou a mulher a redigir uma carta a Marcelo Rebelo de Sousa. «Recorro a si porque preciso de respostas. (…) Durante 20 anos achava que a minha filha estava morta, acabei por descobrir que estava viva. A notícia nunca me foi dada de forma oficial, o corpo da minha filha nunca foi sepultado. (…) Onde está a minha filha? Tenho o direto de saber! (…) É a minha única esperança neste caso que tem mais de 40 anos. Obrigada», termina.

Texto: Carolina Sá Pereira

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