Família

10 dicas para organizar uma família numerosa sem perder a cabeça

Redação
publicado há 5 anos
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Ser a matriarca de uma família numerosa é ao mesmo tempo um sonho tornado realidade e o maior desafio da vida de Cátia Godinho. A enfermeira deixou Portugal para realizar este objetivo e partilha connosco qual é o segredo da sua organização.

Leia aqui as suas dicas:

Sempre quis ter uma família numerosa e não foi fácil convencer o marido que, por sua vez, queria uma família “típica” com dois filhos. Muitas pessoas me perguntam como é a gestão e organização de uma família grande, na verdade eu que nunca tive o dom da organização, fui obrigada a aprimorar as minhas qualidades neste campo sob pena de enlouquecer caso não o fizesse.

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Vou tentar partilhar convosco algumas dicas de coisas que funcionam cá em casa e ajudam a facilitar a gestão do dia-a-dia.

1. Haver regras.

Isto é fundamental se queremos todos viver em harmonia. As regras devem ser definidas em conjunto, todos as devem conhecer e contribuir para que sejam respeitadas. Por exemplo, cá em casa não se anda calçado (nunca!). Assim que se entra em casa, a primeira coisa que se faz é tirar e guardar os sapatos. Já o fazíamos em Portugal, mas ajuda bastante o facto de ser muito comum por estes lados, inclusive as visitas têm o hábito de se descalçar. E quando se esquecem, há sempre um dos miúdos pronto a relembrar a nossa regra número um.

Outra regra que para mim também foi essencial, é que “comer é na cozinha”. Não há cá comer no quarto, no sofá, pegar um biscoito ou uma peça de fruta e andar a comer pela casa. Por aqui não há problema em petiscar (moderadamente) fora das refeições, mas quem quer comer tem de sentar-se à mesa. Ou pelo menos, ficar na cozinha.

Este tipo de regras ajudam bastante a manter a casa razoavelmente limpa.

2. Eles são responsáveis por determinadas tarefas.

Por exemplo, o mais velho (12 anos) quando chega da escola, depois de lanchar, tem de vazar a máquina da loiça, passar o aspirador e, dia sim dia não, ir à reciclagem. A Eva (quase sete anos) e o Francisco (quatro anos e meio) têm de pôr a mesa, manter quarto dos brinquedos arrumado (têm de o arrumar pelo menos a cada dois dias). O Dinis (dois anos) vai ajudando, embora não tenha ainda tarefas definidas.

Ao fim-de-semana, os quatro são responsáveis por dobrar e arrumar as suas meias e cuecas, e todos os dias são responsáveis por colocar a sua roupa no cesto. São coisas simples mas que facilitam muito o dia-a-dia.

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3. Só vou às compras uma vez por semana.

Faço uma lista de menus para refeições principais, pequenos-almoços e lanches, a partir daí faço a lista das compras e limito-me a isso. A quinta-feira é dia de mercado e aproveito para passar na loja biológica e na queijaria e fazer as compras para a semana. Supermercado vou duas vezes por mês.

4. Só cozinho uma vez por dia.

Cozinho apenas ao jantar e faço quantidade suficiente para ter almoço no dia seguinte. Lanches e pequenos-almoços tento que sejam são rápidos, simples e saudáveis. As coisas mais elaboradas ficam para o fim de semana.

5. Temos um quadro de compromissos.

Neste quadro apontamos horários de trabalho, escola, atividades, consultas, saídas, mas também compromissos entre nós (por exemplo, as horas de ecrãs que têm direito, ou coisas que nos comprometemos a fazer em determinadas circunstâncias). É um quadro branco, grande e magnético, onde podemos também colocar papéis importantes, como por exemplo a lista de coisas a levar numa visita de estudo, etc.

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6. Acordo sempre meia hora antes deles.

Assim consigo começar o dia a cuidar de mim: duche, maquilhagem, um café, consultar o e-mail e as mensagens. Quando os vou acordar estou 100 por cento dedicada a eles.

7. Criámos “a hora do descanso”.

“A hora do descanso” é algo que implementámos cá em casa desde que o Francisco (o terceiro da irmandade) nasceu. São duas horas após o almoço em que os mais pequenos dormem a sesta e os mais velhos podem descansar, fazer desenhos, ler um livro… No fundo, podem fazer o que quiserem desde que seja em silêncio e não incomode quem está a dormir. Isso permite-nos a nós, adultos, fazer também uma pausa.

8. O pai quando está em casa é tão ativo e participativo quanto eu.

Ele não ajuda, ele divide tarefas. É sempre ele quem faz certas coisas como pôr a roupa a lavar e secar/estender/apanhar. Enquanto um faz o jantar o outro dá banho aos miúdos. E depois do jantar, enquanto um vai ajudar a lavar dentes/contar história/deitar, o outro arruma a cozinha e vai depois dar um beijinho de boa noite. Durante a semana vou mantendo a casa respirável e a limpeza maior é feita em conjunto ao fim de semana.

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9. Jantar e deitar cedo.

Tentamos jantar por volta das 19:00 para que no máximo às 20:30 eles estejam na cama e nós possamos ter ainda um momento tranquilo entre adultos.

10. Dar-lhes alguma liberdade.

Por exemplo, deixar que se sujem quando brincam na rua, deixar que desarrumem o quarto dos brinquedos enquanto brincam, dar-lhes espaço para aprenderem a gerir os conflitos entre si, mostrando ao mesmo tempo que somos responsáveis pelas nossas atitudes e pelas suas consequências, dar espaço para que possam expressar as suas emoções, mostrando que é importante fazê-lo respeitando os outros, e deixar espaço para que se possa conversar sobre tudo e sobre nada, sobre coisas importantes e sobre coisas banais. Criando laços, responsabilidades e consciência individual, comunitária (familiar neste caso) e social.

O mais importante de tudo é que cada família tem de encontrar o equilíbrio que lhe faz sentido, as regras e limites que se adequam à sua realidade e ao seu contexto.

Estas são as nossas e posso garantir que são a base para mantermos a sanidade mental e a harmonia numa casa cheia! Se gerir uma família grande dá trabalho? Muito! Mas para mim, nada na vida é tão gratificante como ser a matriarca desta família numerosa!

Conheça aqui o projeto de Cátia Godinho A Nossa Mãe é Enfermeira.

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