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«Com ou sem mama-de-fora, vão chatear-me sempre»

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publicado há 6 anos
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São muitas as mães que são criticadas por amamentar em público. Catarina Beato, do blogue Dias de uma Princesa, descreve na perfeição o que sente ao ser olhada de maneira diferente quando alimenta a sua filha. Apesar de ser triste, já começa a ficar indiferente aos comentários alheios.

Leia aqui o texto:

Quando nos expomos queremos que saibam quem somos, que nos conheçam as crenças e os valores. Queremos, por muito que neguemos, que gostem de nós. Eu Catarina, sempre-com-a-mama-de-fora, achava que todos sabiam como defendo a amamentação com desmame natural (e defendo essa liberdade para quem quer, assim como defendo que amamentação não pode ser sinónimo de sofrimento e sacrifício). Achava eu que toda a gente sabia isso até ler os comentários num vídeo em que falo de bebés a beberem água e percebo que ninguém viu o vídeo, mas protestam que estou a «maltratar» a amamentação. E eu, Catarina, sempre-com-a-mama-de-fora, fico assim entre chateada e triste.

Mas depois penso: vão sempre chatear-te, com mama de fora ou sem mama. Deixa lá isso. Ser feliz todos os dias exige estes exercícios de compreensão e aceitação.

Para quem não sabe, fica aqui a história da alcunha.

«Catarina Beato, aquela que está sempre com a mama de fora»

Um destes dias, numa reunião alguém se referiu a mim como «Catarina Beato, aquela que estás sempre com a mama de fora». Soube hoje, no mesmo dia em que também fiquei a saber que um comentador de televisão dizia sobre uma fotografia de uma mãe a amamentar que era «desnecessária».

Já expliquei que não considero que uma mãe que dá mama tem mais vínculo do que a mãe que «passa a vida com a mama de fora». Também já expliquei porque dou de mamar em público e não me incomoda.

Nunca vi ninguém falar de uma mãe como «aquele que tem sempre o filho com a chucha na boca», nem tão pouco dizer de uma imagem com um bebé a beber leite no biberão como «desnecessária». A alimentação e o consolo de um bebé são sempre necessários, não é? Eu diria até que são urgentes. O Afonso, que mamou até aos três anos e meio, a partir de uma determinada altura não mamava na rua. Porque era grande demais? Não! Porque já tinha idade para esperar.

Desculpem lá se os meus filhos têm fome demasiadas vezes e sou «Catarina Beato, aquela que está sempre a dar comida aos filhos bebés». Tapem os biberões, tapem as chuchas e envergonhem-se das fotos em que dão comida aos vossos filhos. Aliás evitem-nas!

E permitam-me apenas que vos esclareças, aquilo que vêem de fora: não são mamas, é leite, é mimo, é consolo, é aquilo que eu e os meus filhos quiserem.

[gostava tanto que isto da amamentação um dia fosse um não-assunto.]

Catarina Beato e a bloguer Joana Paixão Brás fotografadas por Pau Storch

 

 

 

Texto: Catarina Beato, no blogue Dias de uma Princesa

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