Família

Instabilidade no emprego é principal causa para quebra da natalidade em Portugal

Redação
publicado há 6 anos
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O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, defendeu, esta quarta-feira, dia 6, que a instabilidade no emprego em Portugal é o «mais poderoso fator» para a diminuição da natalidade. O governante reagia assim, em declarações à RTP cedidas à Lusa pelo Ministério, às conclusões do relatório sobre envelhecimento (‘Ageing Report’ 2018) da Comissão Europeia, que faz manchete na edição desta quarta-feira do DN e segundo o qual a população portuguesa irá reduzir-se em 23 por cento até 2070, para oito milhões de pessoas.

Para Vieira da Silva, a queda da população portuguesa projetada pela Comissão Europeia «é um cenário muito desafiante e algo perturbador» que tem de ser contrariado com medidas que corrijam as principais causas: a diminuição da natalidade e o aumento da emigração.

«É muito difícil esperar que as famílias tenham mais filhos quando elas vivem num cenário de grande instabilidade no emprego», sublinhou Vieira da Silva, acrescentando que esse é «o mais poderoso fator que leva à diminuição da natalidade». Segundo disse, entre 2010 e 2011, cerca de 100 mil crianças nasciam por ano em Portugal e os últimos dados mostram que houve uma redução no curto prazo de cerca de 17 por cento, para 83 mil nascimentos por ano.

«Há poucos anos, as mulheres tinham o primeiro filho numa idade entre os 25 ou 26 anos. Esta quarta-feira têm depois dos 30. As mulheres portuguesas não deixaram de ter filhos, têm é menos filhos do que tinham e muitas vezes não porque querem, mas porque as condições económicas e sociais não lhes permitem», afirmou o ministro.

Vieira da Silva disse que o Governo deverá avançar com novas medidas para incentivar a natalidade, mas realçou que «o fator decisivo» passa por haver «mais confiança no trabalho», lembrando que o executivo está a trabalhar nesse sentido com alterações laborais para combater a precariedade.

Sobre o aumento da emigração, o ministro afirmou que, apesar de o saldo migratório ter sido mais equilibrado em 2017, o número de emigrantes continua a ser superior ao dos imigrantes, pesando de forma significativa na redução da população ativa portuguesa.

«Em 2017, o saldo já foi mais equilibrado, mas vivemos anos duros de diminuição da população ativa por uma emigração maior do que a imigração», destacou Vieira da Silva. Segundo o relatório da Comissão Europeia, a população portuguesa deverá descer dos 10,3 milhões de euros de habitantes em 2016 para cerca de oito milhões em 2070 (menos 2,3 milhões de pessoas).

Já a população em idade ativa (entre os 15 e os 64 anos), que em 2016 representava 65,1 por cento da população total deverá cair para 52,7 por cento em 2070. A Comissão Europeia projeta, por outro lado, um aumento da taxa de fecundidade para a maioria dos países, incluindo Portugal, que passará dos 1,34 filhos em média por mulher em 2016 para 1,59 em 2070.

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