Costumo dizer a brincar que tudo é mais simples quando estou consciente da mãe ou do pai (ou educador) que quero ser. Ter consciência de que o que digo ou o que faço tem impacto na vida atual e futura da criança. E por isso, dou muitas vezes por mim a despertar consciências nos sítios mais inusitados.
Numa escola de crianças mais crescidas, o professor dizia-me que estava cansado de lhes dizer para se sentarem «como deve ser». Todos os dias tinha de dizer isto a algumas crianças que insistiam em não se saberem sentar.
Questionei-o – o que significa para si sentar-se «como deve ser»?
A resposta veio pronta e «ao jeito dele»: pés no chão, rabo na cadeira e costas encostadas atrás.
Voltei a questionar – Sabe se existem outras maneiras destas crianças se sentarem «como deve ser» noutros locais, por exemplo em casa ou na aula de desporto?
Provavelmente foi a resposta.
Este professor tomou consciência que o seu «como deve ser» era vazio de conteúdo e passou a pedir que se sentassem «ao jeito dele»: pés no chão, rabo na cadeira e costas encostadas atrás.
«Despacha-te!», diz a mãe para o pequenito que ainda mastiga o lanche. E que olha para ela com ar baralhado.
Sorri. Acontece o mesmo comigo. Se me der uma indicação clara do que preciso fazer, está a ajudar-me. Se me diz «despacha-te», fico na mesma. Ou ainda mais baralhada. É para comer o resto? É para ir embora?
Tomar consciência das palavras que utiliza com as crianças facilita e melhora o processo de comunicação. Dizer-lhes o que queremos também os ensina a transmitirem melhor o que querem.
Quer experimentar outras palavras?
Textos: Rita J. Duarte – Coach Familiar autora da página Dar Tempo Aos Sonhos - https://www.facebook.com/dartempoaossonhos/
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